quinta-feira, 27 de setembro de 2012

ALUNOS PRODUZEM TEXTOS A PARTIR DE ENTREVISTAS

TEXTO 1:
LEMBRANÇAS GUARDADAS NA MEMÓRIA E NO CORAÇÃO
Assim que eu acordava de manhã cedo ia à escola, à pé. Nesse tempo não tinha carro. Dificilmente pegava uma carona, no carro da rapadura.
Enquanto eu estudava, mamãe fazia o comer que era o feijão, cultivado na agricultura. Fogão a lenha, panela de barro, lembro-me de tudo...
Quando chegava da escola, que almoçava, minhas amigas e eu íamos brincar de calunga - uma boneca que existia na época e todas nós tínhamos uma. E a noite, as vezes, brincávamos de roda.
Me lembro como hoje, das roupas que eram feitas com o pano que papai comprava. Era um tanto de pano certo para fazer as nossas roupas, porque o dinheiro só dava para comprar comida e, por isso, ele não comprava muito pano.
Me lembro até do jeito de namorar. Nós nos abraçávamos, conversávamos e nos beijávamos, não importava o canto do namoro.
Nos invernos os homens brocavam e plantavam cereais necessários ao sustento da alimentação durante o ano todo. Depois da colheita as pessoas, geralmente, colocavam os cereais em um cílhio ou latas vazias de querosene ou margarina. Mas nós não eramos ricos e colocávamos em latas mesmo, porque só comprava cílhio quem era rico.
Festejávamos o São João no mês de junho com fogueiras e balhes e assávamos milho verde. Antigamente o sítio era muito diferente. Hoje é quase uma cidade. Antigamente as ruas não eram calçadas, eram no barro. Não tinha capela, nem tinha praça. Tinha menos casas e não tinha posto de saúde. Vixe! Hoje mudou! Parece com uma pequena cidade, pois tem calçamento, capela, tem energia nas casas, tem quadra de esportes e outras coisas.
Só sei que tudo mudou hoje.
Tudo mudou, mas está tudo guardado no meu coração.

                          Ana Karine, autora

Texto baseado no depoimento de Aurineide Zélia de Queiroz, 47 anos. Escrito por Ana Karine, 12 anos, aluna do 8º ano da E. M. Egídio Fernandes de Souza, zona rural de Serrinha dos Pintos/RN.

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